terça-feira, 25 de junho de 2013

7 regras (e um contraponto) para administrar os mais jovens


Há mais de 20 anos, o Brasil não via uma juventude tão questionadora – ou, no mínimo, barulhenta. Concordando ou não com as manifestações e protestos, não dá para negar que há algo de diferente no comportamento dessa turma - seja na política ou no cotidiano profissional. 

Quem está no mundo corporativo observando o comportamento desses jovens no dia a dia do trabalho já percebeu as diferenças há algum tempo. Autoridade e legitimidade, com eles, só se for conquistada. O chefe está com os dias contados – quem manda é o líder. E se eles não se sentirem honrados pelo seu esforço, saem em direção a outra empresa sem olhar para trás.

Em tempos de mão-de-obra escassa, muitas empresas não se dão ao luxo de perder os jovens talentos. Veja sete sugestões para reter - e um bom motivo para demitir os famosos e temidos profissionais da Geração Y da sua equipe.

1 Não diga que ele está errado
Não adianta falar para jovem que ele está errado, tampouco mostrar todos os livros e experiências lidas e relidas para provar que uma ideia ou um projeto tem potencial para não dar certo. A orientação aqui é lançar mão das técnicas de coaching e ir conduzindo o raciocínio dos liderados.
Faça perguntas fortes, que possam colocar a proposta dele em xeque, conforme ele for respondendo, ele verá que sua ideia pode estar mal fundamentada e procurará se informar e preparar melhor. Provocando a reflexão através das perguntas, ele vai montando um plano de ação em mente.
E se ele responder a todas as perguntas que pudessem conduzi-lo à desistência? Dê uma chance. Pode ser que ele tenha descoberto, sim, uma saída para algo que não vinha funcionando como previsto.
2 Busque decisões em equipe
Cabe à liderança conduzir e tomar todas as decisões. No entanto, os métodos poderão ser debatidos com o time, incluindo os mais jovens. O líder levanta o problema e aponta o objetivo. Abrir a possibilidade debate sobre os caminhos para chegar ao alvo é um bom meio de valorizá-los. Decisões, quando tomadas em conjunto, ajudam a valorizar o potencial criativo dos mais novos e faz com que eles se sintam ouvidos.
3 Seja coerente
Esqueça os discursos pró-forma. Os mais novos cobrarão atitudes alinhadas com o que você afirma acreditar – por isso, não adianta dizer que não concorda com a decisão do altíssimo escalão, mas que cumprirá essas ordens porque “é melhor assim”. O perfil da chefia vai ter de mudar, pois eles cobram coerência, não aceitam desrespeito nem decisões unilaterais.
4 Seja claro nos planos de carreira
Não é uma questão apenas de transparência. Eles querem saber exatamente o que você espera deles, para que consigam galgar postos (e salários) maiores. Explique exatamente quais as possibilidades de desenvolvimento dentro da empresa e quais as competências e habilidades que ele precisará ter e conhecer para chegar em novos postos.
5 Reduza a ansiedade
Se perceber que sua equipe de juniores muito afoita e ansiosa pelos próximos passos, sugiro calma e um discurso conciliador. Somada à um feedback, uma boa conversa é infalível. Eles precisam ouvir sempre que todo processo tem um tempo de maturação.
6 Ofereça (e peça) feedbacks
Regra de ouro para lidar com a turma mais jovem: não abra mão de dar o bom e velho feedback. Eles querem saber onde estão errando e onde estão acertando. Eles usarão esse conhecimento a favor do próprio desempenho e, consequentemente, a favor da empresa.
7 Evite a frustração
Mais uma regra magna para a gestão de pessoas concentrada em jovens – crie mecanismos para observar o amadurecimento desses profissionais, menciono programas de estágio e de trainee. Com essas ferramentas você consegue ter os mais novos dentro de casa pelo tempo suficiente para conhece-los e ver se eles têm, de fato, aderência com o perfil da empresa.
O contraponto
No entanto, não tenha medo de demitir um jovem e estar perdendo a grande oportunidade de ter um Mark Zuckerberg dentro da sua equipe. Uma empresa não precisa se apegar e achar que tem de aguentar até as últimas consquência. 
Para saber se vale a pena dispensar, observe se há postura proativa – aí ofuscada pela ansiedade e pela falta de direcionamento. Se houver essa postura, bastará fornecer mais feedbacks para que a rebeldia seja canalizada em eficiência. 
No entanto, se a postura é reativa, não vale o esforço. Se você percebe que é um jovem que reclama de tudo, com uma postura sempre reativa, você terá uma maçã podre na equipe. Demitir é a melhor opção para que a pessoa se encontre em uma empresa com seu perfil e não prejudique o time.

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